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Educação Infantil desenvolve projeto para promover a escuta sensível dos estudantes

By 18 de fevereiro de 2022fevereiro 24th, 2022Autonomia, Blog, BNCC, Criatividade, Ensino Infantil, Proposta Pedagógica

A websérie O Afeto Está no Olhar, com 3 episódios publicados no Youtube, apresenta a visão das crianças, das famílias e dos educadores acerca da rotina na escola

Uma das características da infância é o romper do silêncio. Risadas, choro, correria, brincadeiras e exclamações representam as suas formas de expressão perante o mundo. Nessa linha, ensinar a se comunicar de maneira assertiva, promovendo o desenvolvimento da fala é um dos propósitos da Educação Infantil. Para tanto, é preciso que haja um esforço no fomento de um espaço colaborativo que considere a visão dos estudantes. Uma das estratégias fundamentais para este processo é a chamada escuta ativa, que nada mais é do que reconhecer e buscar se conectar com a realidade de cada pequeno, com suas vivências e experiências. Considerar, também, os contextos familiares, sociais e culturais em que ela está inserida e, ainda, a maneira desta se apresentar e se relacionar com o mundo à sua volta. 

Atuando para que essa conduta de compreensão do outro por meio da comunicação possa prevalecer, o Colégio Sigma desenvolve projetos na Educação Infantil para dar  oportunidade à criança de expor seus sentimentos e expressar suas considerações abertamente. Dentre os mais recentes, está a websérie O Afeto Está no Olhar. Por meio de três episódios publicados no canal da escola na plataforma Youtube, educadores da escola se dedicaram a captar os olhares dos atores envolvidos na aprendizagem: estudantes, professores e familiares, e, principalmente, valorizá-los.

Rosa Cavalcante, coordenadora da Educação Infantil, explica que a ideia surgiu em meio ao esforço do colégio em propor um ambiente rico para a exploração cognitiva e motora, onde as crianças possam interagir e aprender livremente. “Em sua obra, o pedagogo Marcelo Cunha Bueno indaga: ‘Quem não se lembra de ser afetado por um professor?’, esse questionamento me permitiu refletir sobre o afeto dos educadores, que se apresenta na cuidadosa preparação dos contextos das aulas e no pensar novos caminhos. O afeto está, principalmente, no olhar, na percepção da singularidade de cada turma e de cada estudante. Com isso em mente, ponderando com a equipe, percebemos que durante a pandemia, passamos a conviver com as máscaras de proteção facial e mais do que nunca, o olhar ficou evidente, tornando-se latente na nossa comunicação. Daí partimos em busca de maneiras de representar esses olhares, com o desejo de dar voz às crianças, às famílias e aos educadores”, conta. 

O primeiro episódio recebeu o nome de ‘Olhares que acolhem’, e conta com a participação dos educadores do Sigma. O segundo trouxe a visão das famílias e foi nomeado como: ‘Olhares parceiros’. “Nós temos famílias extremamente engajadas e envolvidas no nosso caminhar. Fazemos questão, não só da participação delas, mas principalmente, que compreendam a essência do nosso trabalho. É primordial esse diálogo com eles, nossos companheiros na formação de cidadãos”, compartilha a coordenadora. Já o terceiro, ‘Olhares Curiosos’ é o mais especial, segundo Rosa. “O último episódio é singular: apresentamos o olhar curioso de crianças que estão com a gente. Abrimos espaço para que elas contassem um pouco de como elas enxergam essa rotina, esse ambiente que as abraça e que suscita curiosidades, além da interação conosco e com os pais e/ou responsáveis”, afirma.

Diretrizes

Vale pontuar que Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento com diretrizes e norma da educação brasileira, referenda a importância da escuta ativa. A BNCC reconhece a Educação Infantil como uma etapa fundamental para a formação da identidade e da subjetividade da criança, baseando-se em seis direitos de aprendizagem: conviver, brincar, participar, explorar, expressar, conhecer-se. Em consonância com o documento, para garantir essas prerrogativas, as atividades propostas pelos professores devem tomá-los como ponto de partida, colocando as crianças no centro do processo educativo. Isso significa organizar o tempo e o espaço de modo que a criança possa explorar e experienciar os ambientes e as situações.

A coordenadora defende, portanto, que o papel do educador é o de aprender a fazer boas perguntas e de se colocar à disposição para compreender e refletir sobre as respostas dos pequenos. “Porque as crianças são tão curiosas, inventivas e criativas, não podemos cercear essa curiosidade trazendo respostas de adulto, desconsiderando a visão delas. No Sigma é assim: criança tem vez, criança tem voz, criança tem vontade, criança tem escolha. Nós, professores, não devemos mais nos colocarmos em um lugar de detentor do saber, de dono da verdade, porque, muitas vezes os estudantes trazem questionamentos e reflexões que a gente sequer conhece. Então, enxergamos hoje um caminhar e a construir ao lado delas, não mais apenas apresentar as respostas prontas”, conclui.